O projecto vai durar dois anos
09.03.2009
Nicolau Ferreira
Dedos cruzados e Internet ligada, se os próximos dois meses não forem demasiado chuvosos, podemos testemunhar a Renata a sair do ovo já em Abril. A partir de hoje, o ninho de uma cegonha-branca está a ser filmado em directo no “Webcegonhas - Condoninho da Renata”, o novo site associado ao PÚBLICO Online. Enquanto a cria não nascer, quem visitar o espaço vai ver o dia-a-dia dos pais da cegonha, Bia e Sebastião, que estão instalados em um dos muitos postes de alta tensão que povoam a lezíria, perto de Vila Franca de Xira, no Ribatejo.
Antes do projecto pioneiro na Internet Grifos na Web – que pôs uma câmara no Tejo internacional apontada para um ninho de grifo, há mais de um ano – já a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) tinha pensado nas cegonhas para mostrar a riqueza natural e a importância da conservação junto do público. “O projecto insere-se na iniciativa da Banda Larga – transmitir vídeo na Internet 24 horas por dia com boa definição”, disse ao PÚBLICO Pedro Veiga, director da FCCN e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
O parceiro da altura abandonou a ideia e a FCCN acabou por juntar esforços com as Redes Energéticas Nacionais (REN), que vem a desenvolver um trabalho de conservação da cegonha e já estava a pensar num projecto parecido. “Temos 1700 condoninhos [junção da palavra condomínio e ninho, muito utilizada por quem trabalha na REN] em postos de alta tensão”, disse Artur Lourenço, engenheiro da REN, que já se preocupa desde o final dos anos de 1970 com a conciliação entre os novos domicílios das cegonhas e as necessidades eléctricas dos portugueses.
O condoninho da Renata chama-se Arnaldo – neste projecto tudo tem nome – e fica no meio de sobreiros, perto de outros postos de alta tensão com ninhos que dão boa vizinhança e com o rio Tejo ao fundo. A câmara, acabada de colocar na semana passada, está fixa a uma altura de 32 metros de frente para o ninho.
Segundo os biólogos Teresa Marques e João Pulga, da empresa de consultoria Bio3, responsáveis pela componente científica do projecto, o sucesso desta história depende de bom tempo e da disponibilidade da alimentação. Em média uma cegonha-branca, Ciconia ciconia, põe cinco ovos, se sobreviverem três crias é um bom ano, mas há casos que nenhuma cria sobrevive...
O lançamento do site foi comemorado com a visita de um grupo de alunos do quarto ano da escola primária EB 1 nº 34 do agrupamento de escolas do Alto do Lumiar. Depois de terem tido uma aula sobre cegonhas, um a um observaram outro ninho através de um telescópio – o poste “Arnaldo” está isolado de visitas pedestres. “As cegonhas são mesmo giras”, disse o João de nove anos, depois de ter terminado a observação.
Chegar com este projecto às escolas é um dos maiores objectivos da FCCN e da REN. “O acompanhamento da vida de um casal de cegonhas e crias vai promover o desenvolvimento científico nos nossos jovens”, explicou o presidente da FCCN. Semanalmente espera reunir-se os momentos fortes dos últimos dias, o que permite acompanhar melhor a vida da família: o acasalamento, os ovos, o nascimento das crias, a alimentação, o primeiro voo. O site também vai disponibilizar conteúdo científico para contextualizar os vídeos. “As pessoas gostam de documentários da natureza e o que se passa longe de nós, aqui vêem mesmo que a vida natural está a acontecer bem perto”, explicou Teresa Marques.
Não é garantido mas, no final do Verão, o mais certo é o casal e as crias – a Renata incluída – migrarem para passar o nosso Inverno em África. Até lá a janela, na web está sempre aberta, dia e noite, com mil olhos para as cegonhas.
Antes do projecto pioneiro na Internet Grifos na Web – que pôs uma câmara no Tejo internacional apontada para um ninho de grifo, há mais de um ano – já a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) tinha pensado nas cegonhas para mostrar a riqueza natural e a importância da conservação junto do público. “O projecto insere-se na iniciativa da Banda Larga – transmitir vídeo na Internet 24 horas por dia com boa definição”, disse ao PÚBLICO Pedro Veiga, director da FCCN e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
O parceiro da altura abandonou a ideia e a FCCN acabou por juntar esforços com as Redes Energéticas Nacionais (REN), que vem a desenvolver um trabalho de conservação da cegonha e já estava a pensar num projecto parecido. “Temos 1700 condoninhos [junção da palavra condomínio e ninho, muito utilizada por quem trabalha na REN] em postos de alta tensão”, disse Artur Lourenço, engenheiro da REN, que já se preocupa desde o final dos anos de 1970 com a conciliação entre os novos domicílios das cegonhas e as necessidades eléctricas dos portugueses.
O condoninho da Renata chama-se Arnaldo – neste projecto tudo tem nome – e fica no meio de sobreiros, perto de outros postos de alta tensão com ninhos que dão boa vizinhança e com o rio Tejo ao fundo. A câmara, acabada de colocar na semana passada, está fixa a uma altura de 32 metros de frente para o ninho.
Segundo os biólogos Teresa Marques e João Pulga, da empresa de consultoria Bio3, responsáveis pela componente científica do projecto, o sucesso desta história depende de bom tempo e da disponibilidade da alimentação. Em média uma cegonha-branca, Ciconia ciconia, põe cinco ovos, se sobreviverem três crias é um bom ano, mas há casos que nenhuma cria sobrevive...
O lançamento do site foi comemorado com a visita de um grupo de alunos do quarto ano da escola primária EB 1 nº 34 do agrupamento de escolas do Alto do Lumiar. Depois de terem tido uma aula sobre cegonhas, um a um observaram outro ninho através de um telescópio – o poste “Arnaldo” está isolado de visitas pedestres. “As cegonhas são mesmo giras”, disse o João de nove anos, depois de ter terminado a observação.
Chegar com este projecto às escolas é um dos maiores objectivos da FCCN e da REN. “O acompanhamento da vida de um casal de cegonhas e crias vai promover o desenvolvimento científico nos nossos jovens”, explicou o presidente da FCCN. Semanalmente espera reunir-se os momentos fortes dos últimos dias, o que permite acompanhar melhor a vida da família: o acasalamento, os ovos, o nascimento das crias, a alimentação, o primeiro voo. O site também vai disponibilizar conteúdo científico para contextualizar os vídeos. “As pessoas gostam de documentários da natureza e o que se passa longe de nós, aqui vêem mesmo que a vida natural está a acontecer bem perto”, explicou Teresa Marques.
Não é garantido mas, no final do Verão, o mais certo é o casal e as crias – a Renata incluída – migrarem para passar o nosso Inverno em África. Até lá a janela, na web está sempre aberta, dia e noite, com mil olhos para as cegonhas.
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