segunda-feira, 30 de março de 2009

Estados Unidos e Portugal lançam observatório climático móvel na ilha Graciosa

Foto: PÚBLICO
O laboratório será instalado no aeródromo da ilha Graciosa

27.03.2009
PÚBLICO
Os Estados Unidos e Portugal assinaram esta manhã um acordo para instalar na ilha Graciosa, nos Açores, um observatório climático móvel que, a partir de Maio e durante 20 meses, vai medir algumas propriedades das nuvens de baixa altitude. O objectivo é ajudar a melhorar os modelos climáticos actuais.
O observatório móvel, ou Atmospheric Radiation Measurement (ARM) Mobile Facility, é responsabilidade da Unidade de investigação climática do Departamento de Energia norte-americano (DOE), que tem vários instrumentos para recolher dados espalhados pelo mundo. A ilha Graciosa passa, assim, a integrar uma rede de cinco locais móveis de medição.Este laboratório será instalado no aeródromo da ilha Graciosa, escolhido por ser a zona mais plana do arquipélago, e vai estudar o sistema estratiforme de nuvens de baixa altitude sobre os oceanos subtropicais, ainda pouco estudados nos modelos climáticos, explica o portal do governo açoriano.O acordo foi assinado esta manhã por José Contente, secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, e por David Ballard, da embaixada dos Estados Unidos em Lisboa, em Ponta Delgada. A iniciativa, no âmbito do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos, formaliza a colaboração científica entre o DOE e a Universidade dos Açores.Estas medições deverão ajudar a compreender melhor os processos microscópicos que ocorrem nas nuvens e serão utilizadas para testar e melhorar os modelos climáticos actuais, explica um comunicado do DOE. Os investigadores esperam ficar a saber mais sobre a forma como as nuvens interferem com o aumento da temperatura dos oceanos à superfície, gases com efeito de estufa e propriedades dos aerossóis. Para conseguirem fazer previsões mais rigorosas do clima do futuro, os cientistas precisam de compreender melhor os elementos dinâmicos que controlam o ciclo de vida deste tipo de nuvens.“A comunidade científica precisa de mais dados sobre estes tipos de nuvens para que os modelos informáticos continuem a melhorar as simulações do clima do futuro”, comentou Anna Palmisano, do Departamento de Investigação Ambiental e Biológica do DOE. “Os instrumentos sofisticados do laboratório, combinados com a duração do projecto, vão oferecer uma oportunidade sem paralelo para preencher esta lacuna”.

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