sábado, 31 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial 2009

Informação recebida de César Salazar Pimenta (Belém do Pará - PA) e CL Maria Teresa Correia (Viseu - PT)

38º Forum Lionístico da América Latina Y Del Caribe.


29, Janeiro de 2009


Perfeito dá boas vindas a Delegações Internacionais do Lions Clube
Mais de 1.100 pessoas vindas de 42 países participaram na noite de ontem (28) da abertura do 38º Fórum Lionístico da América Latina Y Del Caribe.
O evento do Lions Clube Internacional, um dos mais importantes organizado pela entidade, vai até o próximo dia 31 no Ginásio Rio Vermelho.
É a primeira vez que Goiânia recebe o Fórum Internacional, que já foi realizado no Brasil há 15 anos, na cidade do Rio de Janeiro.
O perfeito Íris Rezende, governador Alcides Rodrigues e outras autoridades políticas entre secretários estaduais e municipais, deputados e vereadores prestigiaram a cerimónia de abertura.
A solenidade contou ainda com a presença do Presidente Internacional 2008/2009 do Lions Clube, Albert F. Brandel e do presidente da Fundação Internacional do Lions Clubes, Mahedra Amarasuriya, além de diversas outras autoridades Lionísticas dos Estados Unidos, Espanha, França, Portugal, Alemanha, Itália e outros países.
Entre os vários homenageados da noite, esteve o perfeito Íris Rezende que recebeu das mãos do Presidente Internacional 2008/2009 do Lions Clube, Albert F. Brandel, a comenda de honra ao mérito oferecida pela entidade internacional.
O perfeito também recebeu, das mãos do Director Geral do Foro, Zander Campos da Silva, medalha comemorativa alusiva ao 38º Fórum Lionístico da América Latina Y Del Caribe.
Força e Dinamismo
No seu discurso o perfeito Íris, deu as boas vindas aos vários representantes das 42 delegações internacionais.
Ele afirmou que o encontro realizado pelo Lions demonstra a força e o dinamismo da organização que conta com 1 milhão e 400 mil associados de 43 mil clubes, espalhados por 202 países.
Íris, classificou como exemplar trajectória do Lions Clube tanto no mundo como no Brasil e que precisa ser seguida por todas as forças da sociedade para que, segundo ele, "para o mundo, de facto, possa experimentar as grandes transformações que tenham como foco a solidariedade e bem comum".O perfeito fez questão de destacar as inúmeras acções desenvolvidas pela entidade na educação e na saúde, principalmente na área da oftalmologia no combate a vários tipos de cegueiras.
Em Goiânia o Lins Clube sustenta algumas de suas principais obras desenvolvidas no Brasil, como o Hospital da Fundação Banco de Olhos de Goiás e Fundação Educacional de Goiás, que matem uma creche, duas escolas de nível fundamental e médio, o Centro de Educação Profissional Zilma Carneiro da Silva e Fac. Lions (entidade de ensino superior).
O Lions Clube Internacional mantém inclusive convénio com a Secretaria Municipal de Goiânia para diversos atendimentos oftalmológicos, participando inclusive, dos multirões da Prefeitura.
AcçõesO presidente Internacional 2008/2009 do Lions Clube, Albert F. Brandel, agradeceu as boas vindas e a hospitalidade do povo goianiense e falou das várias acções desenvolvidas pela entidade em todo o mundo, principalmente em sua luta história contra diversos tipos de cegueira.
Ele anunciou inclusive que por meio do apoio de grandes empresas das pesquisas desenvolvidas pelas entidades mantidas pelo Lions Clube desde 2008, toda a América Latina está livre de casos da cegueira tipo river blindness, provocada por uma espécie de verme e com grande incidência em comunidades pobres."


Fonte Informativa: (brasileira)

Informação recebida de CL Maria Teresa Correia (Viseu - PORTUGAL)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial 2009: Notícias de hoje (30/01/2009)

Presidente da Bolívia, Evo Morales e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - FSM 2009

Lula admite propor amnistia a todos os imigrantes ilegais
30/01 – (fonte de informação Brasileira)

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu hoje que o governo brasileiro poderá propor ao Congresso a aprovação de um projecto de amnistia a todos os imigrantes ilegais. Em resposta a uma pergunta sobre essa possibilidade, o presidente afirmou: "O Brasil pode dar o direito de as pessoas continuarem no Brasil.
Este país tem lição a dar ao mundo sobre tratamento aos imigrantes. Desde 1850 - não vou falar nem dos portugueses que chegaram em 1500 -, os imigrantes foram tratados com respeito", afirmou, em Belém, onde chegou hoje para participar do Fórum Social Mundial.
À noite, os presidentes que participam do FSM estarão no seminário "A América Latina e o Desafio da Crise Financeira", no Fórum Social. Chegaram com Lula a Belém os ministros Tarso Genro, da Justiça, Dilma Rousseff, da Casa Civil, Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência da República."

Lula, Chávez e Morales pedem "unidade" face à recessão
30/01 – (fonte de informação Portuguesa)

"Num dos momentos mais esperados do Fórum Social Mundial, em Belém do Pará, Lula da Silva e Hugo Chávez voltaram a apontar baterias contra o modelo económico "neoliberal e capitalista" que fez resvalar o mundo para a actual crise financeira internacional.
Ontem, o Presidente brasileiro recebeu os líderes de Bolívia, Evo Morales, Equador, Rafael Correa, Paraguai, Fernado Lugo, e o venezuelano Hugo Chávez - no discurso dos chefes de Estado, um ponto comum: graças aos avanços da esquerda, a América Latina está melhor preparada para enfrentar a onda de recessão económica."
Informação recebida de César Salazar Pimenta (Belém do Pará - PA) e CL Maria Teresa Correia (Viseu - PT)

Fórum Social Mundial 2009: Em fotos

Por César Salazar Pimenta (fotos recebidas de CL Maria Teresa Correia via e-mail)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial: Na fronteira do outro mundo possível

as "minhas" fotos... FSM
Um destaque para:

Terça, 27 de Janeiro de 2009

Na fronteira do outro mundo possível


Marina Silva De Belém (PA)

A nona edição do Fórum Social Mundial está acontecendo em Belém desde o dia 24, com as actividades chamadas de pré - Fórum. A abertura oficial será hoje. E quando digo acontecendo nem de longe consigo transmitir o que é essa mobilização da sociedade global para discutir a construção de um outro mundo, regido por valores de ética e solidariedade, com justiça social e crescimento material, dentro de critérios de respeito ao meio ambiente.
O Fórum foi criado em 2001 sob o lema "um outro mundo é possível", contrapondo-se ao Fórum Económico de Davos na condenação à doutrina do neoliberalismo e à centralidade do Mercado. Já naquela época alertava para o descontrole de uma situação que hoje, transformada em grave crise, bate à porta de todos os países.
E justamente em meio a essa crise - e na Amazónia, símbolo da força destrutiva do modelo de desenvolvimento vigente e também das esperanças de um futuro sustentável - o Fórum se defronta com encruzilhadas cruciais para sua continuidade. Será este o momento de juntar forças e assumir uma plataforma de mobilização global em torno das grandes questões contemporâneas?
Muitas pessoas se perguntam aqui em Belém se não é chegada a hora de o Fórum dar o salto político para se tornar o catalisador de uma reacção da sociedade à concentração de poder e de meios no encaminhamento das crises económica e ambiental que dão o tom e o tamanho do desafio de nossos tempos.
Num dos encontros pré - Fórum foi levantada a necessidade urgente de plataforma global para a área da Saúde. Diante do abalo estrutural imposto pelas mudanças climáticas no planejamento de cada sector, não dá mais para cada país tentar gerenciar seus problemas de forma estanque, sem intensa troca de informações e soluções conjuntas. Urgência na cobertura de saneamento básico deixou de ser um problema local ou nacional para ser global, diante do risco de que os eventos extremos, especialmente as grandes enchentes, possam poluir reservatórios e aquíferos em larga escala e impedir o uso do recurso natural mais dramaticamente em vias de escassez, que é a água.
O tema do Fórum Mundial da Educação, que reuniu cerca de 5 mil pessoas, também remete a uma era de transição. Discutiu-se o papel da educação na construção da cidadania planetária, no sentido de desmontar o porto seguro do pragmatismo que ainda vê na educação apenas a catapulta que lança o jovem para o mercado de trabalho em condições competitivas. O que é, afinal, educar para o século XXI? É, no mínimo, ter uma visão de mundo não fragmentada e ser capaz de repensar os cânones utilitaristas.
Os jovens de hoje têm que ser preparados para uma inflexão civilizatória, para usar as ferramentas que a educação lhes dá, num campo de ação muito mais amplo. E se não forem agentes dessa inflexão estarão inapelavelmente perdidos na falta de sentido de uma fórmula em franca superação.
A motivação para discutir esses temas é muito grande. Aliás, a mobilização para as questões ambientais chega a ser impressionante.
A energia que circula a cada Fórum é muito animadora. Impossível não imaginar do que ela seria capaz se conseguisse multiplicar, em todos os países, o conhecimento, a inovação, a capacidade crítica que circula durante uma semana nesse território da diversidade, do encontro de culturas, saberes, sonhos e ideais. E como tudo isso poderia colaborar para uma nova qualidade das instituições e do processo de desenvolvimento.
Não sei se há pesquisas sobre o impacto do Fórum nos seus oito anos de existência. Mas, vendo a olho nu, interagindo com as pessoas que aqui estão, fica-se sabendo de histórias que demonstram a sua força para abrir portas e desencadear mudanças, das mais diferentes maneiras. Ontem tive um exemplo disso.
Há muitas pessoas da Índia em Belém. Conheci várias delas no debate ecuménico sobre fé religiosa e lutas sociais, organizado pelos jesuítas. Fui então procurada para uma entrevista por um rapaz que queria saber, basicamente, como se dava aqui a luta pela demarcação de terras indígenas e das comunidades tradicionais. Na conversa, ele me contou que a maioria dos indianos presente ao debate era de "intocáveis", ou os sem - casta marginalizados da sociedade hindu. Embora hoje as leis da Índia proíbam a discriminação por castas, na prática elas continuam a valer.
Foi surpreendente saber que a realização da quarta edição do Fórum de 2004 em Mumbai, na Índia, deu um tremendo impulso à organização dos sem - casta em movimentos por inclusão social, garantia de direitos e acesso à terra. O Fórum foi a primeira oportunidade em que puderam se manifestar em público livremente e em pé de igualdade, fora de seus próprios círculos. O interessante é que sua noção de pertencimento social se deu extrapolando seu próprio país, no espaço de cidadãos do mundo. E isso é algo excepcional em termos de quebra de barreiras milenares e de mudanças culturais que darão solidez ao futuro possível, desde que batalhemos por ele.

Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.



Nota: Conteúdo do e-mail remetido por CL Maria Teresa Correia